Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem - As negociações com a Rússia
As negociações com a Rússia
A 18 de março, o governo britânico perguntou o que o governo soviético faria no caso de um ataque não provocado à Romênia. A Rússia respondeu com a sugestão de uma conferência internacional para considerar a questão da agressão alemã. Com uma singular escolha de adjetivos, o governo britânico considerou tal proposta como sendo prematura; mas em seguida a uma conferência com o presidente francês em Londres, a 21 de março, a Grã-Bretanha se decidiu a sugerir que a França, a Polônia e a Rússia formassem a seu lado e fizessem uma declaração que incluísse um compromisso de consultas no caso de nova agressão. Com a decisão de garantir a Polônia e os outros Estados, tornou-se urgentemente desejável um acordo mais estreito e numa base mais positiva de ação com a Rússia. Já num discurso sobre a política exterior, a 10 de março, Stalin dissera: "Apoiamos em sua luta pela independência os povos que se tornaram vitimas de agressão." Parecia agora haver em ambos os lados, a esperança de alcançar um acordo.
As razões completas do esboroamento daquelas esperanças somente serão conhecidas quando se dispuser de um relatório minucioso das negociações. Um fator, entretanto, logo se tornou claro. O governo soviético desejava estender aos Estados Bálticos uma garantia articulada que os protegesse de agressões tanto indiretas como abertas. Os Estados bálticos, por sua vez, recusaram ruidosamente qualquer assistência não solicitada, particularmente da Rússia. A Grã-Bretanha procurou obter algum arranjo que implicasse em compromissos. "Espero que seja possível agora" - disse Chamberlain a 7 de junho - "sugerir-se uma fórmula aceitável aos três governos que, enquanto consideram os direitos e interesses de outros Estados, asseguram cooperação entre esses Estados para a resistência contra a agressão". As conversações continuavam a arrastar-se. A impaciência soviética se manifestara na substituição de Litvinov por Molotov como ministro do Exterior. A 12 de junho, Mr. William Strang, um funcionário do Foreign Office, seguiu para Moscou com novas propostas. A 31 de julho, com as dificuldades ainda não resolvidas, a Grã-Bretanha e a França se decidiram a enviar uma missão militar a Moscou. Mas pelos meados de agosto a questão ainda estava em ponto morto e a crise chegou a uma nova e final fase.
No dia 16 de agosto, enquanto a mobilização dos exércitos europeus, pela terceira vez num ano, adiantava-se bastante, a Alemanha anunciou uma nova série de exigências que implicavam na anexação tanto do Corredor Polonês como de Dantzig. No mesmo dia, o embaixador britânico em Berlim informou ter tido uma conversação com o secretário de Estado, barão von Weizsacker. "Ele pareceu muito confiante e expressou a crença de que a assistência russa à Polônia não só seria inteiramente negligente, mas que a URSS no fim até se uniria à partilha dos despojos poloneses. Nem mesmo a minha insistência sobre a inevitabilidade da intervenção britânica pareceu preocupá-lo." No dia 18, tropas alemães ocuparam a Eslováquia e começaram a concentrar-se na fronteira meridional da Polônia. A 19, um tratado comercial russo-germânico foi firmado. A 21, os dois países anunciaram a decisão de concluir um pacto de não-agressão.
A Alemanha e a Rússia, na verdade, já tinham um pacto de não-agressão desde 1926. Mas em vista das perseguições de Hitler ao comunismo, ele foi considerado por ambos os lados como letra morta. A declaração do novo acordo, particularmente nesse tempo, atribuiu-lhe uma vital importância; e o verdadeiro pacto, datado de 23 de agosto, era muito mais específico e obrigatório que o primeiro. Mostrava claramente a vontade de Hitler de eliminar a Rússia como prelúdio de uma definitiva ação contra a Polônia.
fonte: http://www.2guerra.com.br
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