segunda-feira, 22 de março de 2010

Os hangares dos dirigíveis


Seria impossível hoje em dia concretizar um projecto como o do Conde Ferdinand von Zeppelin. Argumentar-se-ia que era utópico e arriscado e que existem formas mais seguras de pôr em prática o velho sonho humano de voar. Não obstante, fruto das circunstâncias, os dirigíveis existiram e evoluiram até limites impensáveis, chegando mesmo a tornar-se um meio de transporte intercontinental muito comum. Proporcionavam aos seus passageiros viagens deslumbrantes mas eram perigosos, dispendiosos e sobretudo gigantescos. Para a construção e manutenção destas máquinas voadoras eram necessários enormes hangares.

Hangar de Moffett, Inglaterra


Estas mega-estruturas eram também fundamentais para alojar os dirigíveis entre as suas viagens. Com efeito, a grande sensibilidade ao vento dos enormes balões obrigava a que ficassem guardados num espaço fechado e coberto. A "arrumação" dentro dos hangares era um processo complicado e melindroso, à semelhança de toda a tecnologia envolvida nestes engenhos voadores. Começava-se por ancorar o nariz do balão a um cabo preso a uma grua e, a seguir, fazia-se a mesma operação na cauda. As gruas deslizavam então para dentro do hangar ao longo de duas linhas de carris, arrastando consigo o dirigível.
Muitos destes edifícios situavam-se na Alemanha, onde surgiu e se expandiu o engenho de von Zeppelin desde o final do século XIX até à Segunda Guerra Mundial. As viagens em dirigível tornaram-se comuns, atingindo o seu apogeu entre as duas guerras. Na Alemanha colossais estruturas foram erigidas em Berlim, Dresden, Frankfurt ou Düsseldorf; na restante Europa também se construiam hangares, sobretudo em França e em Inglaterra.
Hangar de Dusseldorf, Alemanha (destruído)


Hangares de Cardington, Inglaterra



Hangar de Montebourg-Ecausseville, França


Durante o segundo conflito mundial os bombardeamentos encarregaram-se de destruir uma grande parte destes edifícios, até porque eram considerados alvos militares. Na Alemanha as bombas dos aliados arrasaram completamente todas as construções. Os colossais hangares foram reduzidos a escombros.
Os poucos sobreviventes desta época encontram-se nos Estados Unidos. São também os maiores, bem à maneira americana. Na década de 30', com as viagens intercontinentais já vulgarizadas, os EUA possuiam uma infraestrutura bem montada, constituída por várias bases aéreas destinadas a apoiar os voos de dirigíveis. Algumas foram destruídas ou desactivadas; outras subsistem e pertencem hoje ao exército que mantêm os antigos hangares ainda em funcionamento, fazendo as actuais construções parecer casas de bonecas ao seu lado.

Hangar de Tustin, EUA


Um dos maiores hangares dessa época, Lakehurst, em New Jersey, está ainda activo. Tornou-se famoso pelas piores razões. Era aí que costumava ficar alojado o gigantesco Hindenburg. No dia 6 de Maio de 1937 o zeppelin alemão ao aproximar-se da base para aterrar explodiu e consumiu-se num mar de chamas em apenas 34 segundos... Era o fim dos dirigíveis. Ficaram os hangares.








Fonte: http://obviousmag.org/

Seja o primeiro a comentar!

Postar um comentário

Não serão aceitos comentários Anônimos (as)
Comentar somente sobre o assunto
Não faça publicidade (Spam)
Respeitar as opiniões
Palavras de baixo calão nem pense
Comentários sem Perfil não será publicado
Quer Parceria não será por aqui.(Contato no Blog)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Software do Dia: Completo e Grátis

Giveaway of the Day
PageRank

  ©LAMBARITÁLIA - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo