segunda-feira, 22 de março de 2010

Viagem no tempo a bordo do Hindenburg



Em 1931, em pleno apogeu dos balões dirigíveis, iniciava-se a construção do LZ 129 que viria posteriormente a ser baptizado com o nome que o imortalizou: Hindenburg. Com 245m de comprimento, 41m de largura e um volume de 200.000m3 era não só o maior como o mais luxuoso de todos os Zeppelins até então construídos. Durante cinco anos não se lhe regateou nada para que fosse simplesmente o melhor. Após concluído, em Março de 1936, o governo nazi fez com que voasse sobre os céus da Alemanha, de cidade em cidade, para que todo o povo pudesse ver a obra prima da tecnologia nacional e dela se orgulhasse. Chegou inclusivamente a distribuir panfletos de propaganda e a difundir música patriótica através de altofalantes.



Mas a vocação do Hindenburg era o transporte de passageiros e as suas instalações e equipamento estavam preparados para transformar uma mera viagem numa experiência inolvidável. Enquanto o interior da maioria dos dirigíveis era composto por células de gás, uma parte do bojo inferior do Hindenburg era ocupado a toda a largura com um generoso convés de dois andares. No exterior, junto à proa, apenas se situava a barqueta, ou gôndola, com a ponte de comando.

O convés superior possuia um promenade de cada lado do balão provido de locais de descanso e de amplas janelas que permitiam aos passageiros observar todo o panorama durante a viagem. Junto a estes corredores situavam-se as zonas de convívio e a sala de jantar. Na parte interna, com acesso por um estreito corredor central, encontravam-se as cabinas. Eram inicialmente 25 e tinham capacidade para 50 pessoas, número que depois foi ampliado para 72. As cabinas, por razões óbvias, tinham uma área muito reduzida, 2m de comprimento por 1,5m de largura, separadas por painéis isolantes de tecido reforçado. Possuíam dois beliches (um deles rebatível), um roupeiro, um lavatório, uma pequena mesa e um banco.





No convés inferior localizavam-se os WCs, chuveiros e demais instalações sanitárias, em conjunto com os alojamentos da tripulação e cozinha. Era aí que se encontrava também uma sala de fumo, o que à primeira vista parece paradoxal num balão integralmente cheio com um gás tão inflamável como o hidrogénio! Mas esta era também uma das inovações do Hindenburg. A sala de fumo era um compartimento fechado dotado de uma porta estanque. Além disso, a pressão no seu interior era ligeiramente superior à dos outros espaços de modo a que nenhum hidrogénio ali entrasse. Para acender os cigarros usava-se um isqueiro eléctrico exclusivo desta sala.





Toda a estrutura do Hindenburg era feita em alumínio devido à sua leveza e rigidez. O arquitecto e designer alemão Fritz August Breuhaus, com larga experiência no desenho de carruagens ferroviárias e navios de passageiros, foi o responsável pela concepção dos equipamentos e mobiliário, também em alumínio. A elegância e a funcionalidade equiparavam-se ao que de melhor faziam os designers modernistas da época. Uma preciosidade era o piano de bordo, construído integralmente em alumínio e revestido a pele, que pesava apenas 170 Kgs.

O Hindenburg desapareceu em chamas ao chegar a Lakehurst, em Maio de 1937, após uma viagem intercontinental. Muitas hipóteses se avançaram para o desastre, nenhuma comprovada. Este evento trágico marcou o fim da era dos dirigíveis, substituídos por desconfortáveis e barulhentos aviões. Viajar passou então a ser uma necessidade e não um prazer.



As imagens acima são réplicas do convés do famoso dirigível construídas com base em fotografias da época para o filme Hindenburg, de 1975, realizado por Robert Wise.



Fonte: http://obviousmag.org/

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