Brasil vai instalar banco de leite humano em país africano
O projeto de bancos de leite humano, desenvolvido no Brasil para ajudar na redução da mortalidade infantil, será implantado pelo País em Moçambique. O objetivo é promover o aleitamento materno nos casos em que a própria mãe não possa alimentar o recém-nascido. A informação foi divulgada na terça-feira (9), pelo Ministério da Saúde. Pelo acordo a ser firmado, o Brasil investirá cerca de R$ 900 mil (US$ 519 mil) em dois anos de projeto, que prevê a instalação do banco de leite, aquisição de equipamentos, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais.
A iniciativa brasileira de instalar bancos de leite é uma forma de contribuir com o plano moçambicano para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio 4 e 5, que visam a redução da mortalidade infantil e materna no país. A cada mil crianças que nascem em Moçambique, 48 morrem nos primeiros 28 dias. No Brasil, são 13,8 óbitos por cada mil nascidos vivos.
Os bancos de leite têm como missão incentivar, proteger e promover o aleitamento materno para diminuir os índices de mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida dos bebês, nos casos em que a própria mãe não pode amamentá-los. Em todo o mundo, o leite materno pode reduzir em 13% as mortes de crianças menores de cinco anos. No Brasil, um estudo feito em 14 municípios da Grande São Paulo, em 2003, apontou que a estimativa média de impacto da amamentação sobre o Coeficiente de Mortalidade Infantil foi de 9,3%.
Referência – O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo, com mais de 190 bancos que atendem anualmente cerca de 100 mil recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil repassa conhecimento sobre controle de qualidade e processamento de leite materno para 22 países da América Latina, Caribe, África e Europa.
Desde que o País passou a liderar a Rede Ibero-americana de Bancos de Leite Humano, foram coletados, fora do território brasileiro, 82.048 litros de leite materno, beneficiando 85.961 crianças. A Espanha, por exemplo, implantou seu banco de leite em Madri com ferramentas totalmente brasileiras.
A execução do projeto em Moçambique ficará a cargo do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela coordenação da rede brasileira. O banco de leite será instalado dentro do Hospital Central de Maputo.
Acordo - Ainda como forma de auxiliar o governo moçambicano a fortalecer as ações em saúde materno-infantil, também foi assinado na terça-feira, entre os dois países, um acordo de cooperação técnica para apoiar o Ministério da Saúde moçambicano a criar no país um instituto de excelência voltado à saúde materno-infantil. O Brasil doará cerca de R$ 260 mil (US$ 150 mil) para esta ação, que prevê apoio à implantação de um centro de telessaúde da mulher, da criança e do adolescente, de uma biblioteca virtual em saúde, e do programa de ensino à distância para capacitação de profissionais nesta área.
Tecnologia – Acordo de cooperação estratégica entre os dois países, firmado em 2008, vai permitir a instalação de fábrica de antirretrovirais em Moçambique. Esta será a primeira empresa de capital 100% público deste segmento em todo o continente africano. Para a primeira fase do projeto da fábrica em território moçambicano, o Ministério da Saúde já disponibilizou R$ 13,6 milhões para aquisição de equipamentos e formação da equipe de profissionais que trabalharão na futura Sociedade Moçambicana de Medicamentos S/A. O investimento total previsto é de R$ 31 milhões.
imagem arquivo virtual/Google
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