quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Segunda Guerra Mundial - Ambiente e Origem - A absorção da Tchecoslováquia

A absorção da Tchecoslováquia 
 
Os passos que conduziram a esta ação seguiram uma trilha agora tornada familiar - a de excitar desordens internas e violentas exigências eslovacas de autonomia, a do desencadeamento de uma campanha na imprensa alemã martelando sobre "sanguinário terror tcheco" e "uma orgia de insolência hussita", a da chamada do premier Hacha de Praga a Berlim e extorquindo-lhe um "pedido" de intervenção por parte da Alemanha no momento em que as tropas nazistas já se achavam em movimento. Mas os fatores envolvidos eram novos; e quando Mr. Chamberlain assegurou que "a opinião pública mundial recebeu um choque mais forte do que quaisquer outros que lhe tenham sido aplicados, mesmo pelo atual regime da Alemanha", expressou ele a percepção de que a política alemã tinha entrado numa fase nova, em que os antigos métodos não mais eram adequados.
 
imagem ilustrativa/arquivo google
A primeira fase da política de Hitler culminou com a ocupação da Renânia em março de 1936. Ligava-se à remoção das restrições internas que o Tratado de Versalhes tinha imposto à Alemanha. Em 1938, na segunda fase, veio o ataque às fronteiras estabelecidas pelo tratado, sob a alegação de que elas violavam a "autodeterminação" e o direito de se unirem todos os alemães num só Estado. Mas nem a independência nacional nem a unidade racial puderam ser apresentadas como motivos para novas anexações. Estas se basearam numa reivindicação de mais terras, o que abriu uma perspectiva de expansão indefinida. "A Boêmia e a Morávia" - disse Hitler na sua proclamação - "pertenceram por milhares de anos ao espaço vital do povo alemão. A força e a injustiça separaram-nas arbitrariamente de seu antigo,  histórico engaste... É de conformidade com o princípio de autopreservação que o Reich está resolvido a intervir decisivamente para restabelecer as bases de uma razoável ordem centro-européia". Em tais bases seria fácil justificar-se uma tentativa alemã de restabelecer o santo Império Romano em toda a Europa setentrional e oriental.

Assim, toda a fantasiosa segurança que os pequenos Estados hauriam da crença de que Hitler queria apenas alemães no Reich desapareceu por completo. "Esses recentes acontecimentos" - disse Chamberlain - têm feito, certa ou erradamente, com que todos os Estados adjacentes à Alemanha se sentissem ansiosos e inseguros quanto às futuras intenções da Alemanha". A separação de Memel da Lituânia, e sua anexação pela Alemanha, a 21 de março, dificilmente deve ter aquietado essas emoções. Os Estados das regiões do Danúbio e dos Bálcãs olhavam interessados os novos acontecimentos. Já um comércio agressivo orientado pela Alemanha os impelira estreitamente ao sistema econômico nazista. Os esforços para uma completa dominação nazista, não somente econômica, mas política, pareciam exercer pressão mais ativa que nunca. Isto ficou demonstrado pela informação de que a 17 de março a Alemanha tinha apresentado um virtual ultimato à Romênia, ultimato que teria colocado, se satisfeito, a vida econômica daquele país sob completo controle alemão. A informação foi desmentida pela Alemanha, que mais tarde negociou um tratado de comércio mais moderado com a Romênia. Mas os desmentidos alemães tinham agora deixado de influir sobre os governos europeus.

A perspectiva de uma infinita expansão do controle alemão devia forçosamente afetar a política das outras potências, inclusive a da Grã-Bretanha. No auge da crise de Munique, Mr. Chamberlain tinha dito num discurso pelo rádio: "Sou um homem de paz até as profundezas da minha alma. O conflito armado entre nações é um pesadelo para mim. Mas se eu estivesse convencido de que alguma nação tinha resolvido dominar o mundo pela ameaça da força, acho que se deveria resistir." Agora, condenando as novas anexações, ele perguntou significativamente: "É este o fim de uma velha aventura, ou é o começo de uma nova? É este o último ataque a um pequeno Estado, ou será ele seguido por outros? É este, de fato, um passo na direção de uma tentativa para a dominação do mundo pela força?"

Parecia haver lugar muito pequeno para dúvida sobre as respostas. Toda a base da conciliação e boa fé sobre a qual se presumia que repousava o acordo de Munique tinha sido agora destruída. As garantias de Hitler, disse Chamberlain, tinham sido lançadas ao vento, e a confiança britânica estava completamente destruída. Fôra claramente indicada uma nova base à política britânica.
 
 
 

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