Times Square - Projeto de Reconstrução
Bloquear o tráfego de veículos automobilísticos e investir na criação de espaços comuns com abundantes intervenções artísticas é a solução para melhorar a qualidade de vida nos grandes centros comerciais? Conheça esta ideia que irá modificar o epicentro da cultura de Nova York e poderá servir de inspiração para inúmeras metrópoles ao redor do mundo.
Bloquear o tráfego de veículos automobilísticos e investir na criação de espaços comuns com abundantes intervenções artísticas é a solução para melhorar a qualidade de vida nos grandes centros comerciais? Há uma ideia que irá modificar o epicentro da cultura de Nova York e poderá servir de inspiração para inúmeras metrópoles ao redor do mundo.
Cerca de 5 mil anos depois de o ser humano ter começado a sedentarizar, muitas cidades ainda possuem o centro comercial concentrado em um só lugar, às vezes recebendo nomes como “antigo centro da cidade”, “cidade velha”, “bairro histórico”, etc.. Provavelmente perto daí existe (ou existiu) alguma formação aquática que originou tudo isso mas, com a intensa extração de recursos naturais bem como sua utilização inconsciente, a sedimentação é corriqueira na história das metrópoles.
Em Manhattan não foi diferente. Em 1624, por sua potencialidade econômica, o distrito foi batizado de Nova Amsterdã e, conforme previsto, se desenvolveu por conta da importância de sua costa portuária. Em 1811, numa drástica mudança urbanística que findaria o crescimento desordenado, os administradores locais sentenciaram o destino das vias públicas: as avenidas deveriam ser construídas paralelamente num sentido norte-sul e as ruas leste-oeste formando, assim, uma rede de cruzamentos com ângulos de 90° e quarteirões perfeitamente retangulares – chamados, em inglês, de squares.
Tanto planejamento incentivou, gradualmente, a mudança do emaranhado caótico da costa para o centro planejado que, com mais espaço, permitiu a construção de anfiteatros, cinemas, casas de show, etc.. O coração pulsante da cidade está no cruzamento entre a Broadway com a 7ª Avenida onde, além dos 43 teatros, se encontram a bolsa de valores NASDAQ, os estúdios da ABC, da Virgin Records e da MTV. É um dos epicentros da cultura de entretenimento do mundo, o que, é claro, incentiva uma densa movimentação de pessoas e publicidade.
Há alguns anos, para fugir do grave problema de poluição visual que a necessidade de divulgação cultural enfrentava, a administração local tomou uma inusitada medida combativa: ao invés de proibir os letreiros, proibiu a falta deles. Por conta disso, o conhecido panorama da Times Square viu seu fluxo de pessoas aumentar ao receber 35 milhões de turistas anualmente – mais que a Estátua da Liberdade. A equação entretenimento + turismo + comércio fez do quarteirão um formigueiro onde é quase impossível conciliar o trânsito de pedestres com o de automóveis.
Por que, então, não seguir o exemplo de várias cidades europeias e simplesmente proibir o tráfego de veículos? Parece simples, mas que providências tomar? Esse foi o desafio lançado pela administração da cidade de Nova York para tornar a Times Square um espaço de convívio comum com muito mais qualidade de vida, além de reduzir drasticamente a poluição do ar e a sonora. Vários projetos foram analisados. Deveriam abarcar sérias questões como meios de anular o déficit logístico que o bloqueio causará, boa utilização do espaço público e, é claro, a estética.
O que uniu propostas mais plausíveis (e criativas) foi o apresentado pela empresa norueguesa de arquitetura Snøhetta. Foi batizado de Times Square Reconstruction Project (Projeto de Reconstrução da Times Square, numa tradução livre) e será implementado em 2012. Segundo Craig Dykers, co-fundador da empresa, o objetivo é "Melhorar a qualidade e a atmosfera deste local histórico para os turistas e moradores, pedestres e ciclistas. Além de reduzir os obstáculos de tráfego para o ‘centro do universo’, o projeto tem a vantagem de fazer algo nunca antes visto".
Para a população local ter uma amostra de como o ambiente se modificará, a artista plástica Molly Dilworth customiza parte da calçada e do asfalto sobrepondo-os com sua obra intitulada Cool Water, Hot Island numa ação ligada ao projeto, que já está em na fase final de planejamento. No futuro, o restante do espaço também receberá intervenções artísticas.
Algumas partes das ruas perpendiculares à Times Square já são bloqueadas durante o verão. Encontrar bancos, quiosques e ambientes perfeitos para sentar e ler o jornal no mesmo lugar onde antes existia uma massa de tráfego super densa já conquistou a afeição dos espíritos mais sonhadores que por ali passavam.
fonte: http://obviousmag.org/
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