domingo, 6 de fevereiro de 2011

A posição da Suécia

ilustração/Arq.google
Os suecos tinham boas razões para procurar a oportunidade de paz com mais empenho que os ingleses. Sua posição era a de uma crescente inquietude. A guerra entre a Alemanha e os aliados tornara a sua neutralidade bastante precária. Os interesses da Alemanha em manter acesso aos suprimentos suecos, particularmente o minério de ferro, acentuaram a sua pressão política, dirigida especialmente em favor da supressão na imprensa sueca de quaisquer comentários menos favoráveis à Alemanha. Em vista do que o comércio e a navegação suecos sofriam com os indiscriminados métodos alemães de guerra naval, tais comentários eram naturalmente de certa freqüência. E, do mesmo modo naturalmente, os aliados, conquanto simpatizassem com os suecos por sua tão difícil situação, eram obrigados a efetuar todos os esforços para impedir a sua manutenção técnica de neutralidade, utilizada, de fato, numa forma favorável à Alemanha.

O início da guerra russo-finlandesa complicou enormemente a situação. Pôs a Escandinávia, particularmente a Suécia, entre três fogos. Havia a sensação geral de que a Finlândia era um baluarte essencial cuja queda tornaria a Suécia a próxima vítima da agressão russa; e um sentimento "ativista" muito considerável manifestou-se no país, exigindo não somente assistência voluntária aos finlandeses, mas também intervenção militar direta a seu favor. E mesmo que os aliados não tenham até então exercido pressão para o mesmo fim, manifestações como o discurso de Mr. Churchill a 20 de janeiro, solicitando aos neutros que apoiassem os aliados contra a Alemanha, eram sinais bastante claros de que isso poderia por fim acontecer.

Contra essa possibilidade erguia-se o perigo muito mais iminente de uma ação direta alemã, se a Suécia desse um passo em falso. Não que a Alemanha fosse necessariamente hostil aos finlandeses, apesar de sua ligação com a Rússia. Ela cedeu à pressão russa, retendo aviões italianos que eram mandados à Finlândia, via Alemanha, no começo da guerra. Mas não mostrou entusiasmo algum pela aventura russa. Negou peremptoriamente o boato de que dera assistência militar ou técnica contra os finlandeses. E era significante o não ter, aparentemente, oposto objeções ao auxílio sueco à Finlândia ou ao trânsito de abastecimentos e de voluntários dos países aliados através de solo escandinavo.

Uma intervenção militar aliada direta, entretanto, teria sido um caso decididamente diferente. A Alemanha nutria a viva suspeita de que o objetivo de tal intervenção não seria apenas o de libertar a Finlândia, mas também o de desfechar um golpe no Reich. Na Grã-Bretanha e França havia apoio considerável à política de ser utilizada a intervenção na Finlândia para a criação de uma frente norte contra a Alemanha e assim privar esta do acesso às minas de ferro da Suécia. Esta política foi vivamente defendida por Mr. Hore-Belisha num discurso aos seus eleitores, a 23 de fevereiro. A Alemanha, por sua vez, tornou claro à Suécia e à Noruega que a presença de tropas aliadas em seu território constituiria o sinal para uma invasão alemã.
 
 
 

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