domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Turquia e a Aliança Balcânica

Por trás desse equilíbrio bem sucedido da Romênia entre os beligerantes estava o esforço de todo o grupo dos Estados balcânicos de permanecer alheio ao conflito. Esta atitude foi indubitavelmente fortalecida pela posição da Turquia. Era verdade que a Turquia mesma estava francamente a favor dos aliados. Os termos de sua aliança, suas estreitas relações econômicas com a Grã-Bretanha e a França, e episódios como a ocupação das fábricas Krupp em Estambul e a expulsão de mais de cem técnicos alemães eram expressões claras de sua simpatia.
Conforme o ministro turco das Relações Exteriores declarara no começo de fevereiro: "A Turquia não é neutra, mas apenas não-beligerante no momento." Mas a sua influência sobre os países balcânicos era dirigida menos para impeli-los para o lado dos aliados do que para mantê-los fora do controle da Alemanha. E a sua influência não ficou diminuída com a sua posição firme em favor da independência balcânica. Como um jornal turco dissera a 20 de fevereiro: "Se a Alemanha atacar os Bálcãs encontrar-nos-á para enfrentá-la ao lado dos aliados. Nosso país não esperará a sua vez de braços cruzados, enquanto os Bálcãs forem esmagados. Este é um erro que nós não cometeremos.''

Houve alguns sinais no começo do ano de uma tendência turca para encorajar a formação de um bloco balcânico mais forte como barreira eficaz à penetração alemã ou russa, e por algum tempo parecia que os Estados balcânicos concordariam com essa idéia. Mas qualquer frente comum envolveria o ajuste das dificuldades existentes entre esses mesmos Estados, e ficou demonstrado que isto constituía um grande embaraço. Neste caso, novamente, a Romênia foi o foco. Ela tinha obtido territórios tanto da Hungria como da Bulgária no fim da guerra passada, e não estava disposta a desistir deles para ganhar a amizade desses dois vizinhos seus. A Bulgária, segundo parecia, não tencionava criar dificuldades sérias, e a própria Hungria não oferecia qualquer ameaça imediata; mas nenhum desses países estava disposto a renunciar às suas ambições territoriais, que somente poderiam ser satisfeitas às custas da Romênia. Havia alguma perspectiva de que se fizesse algum esforço para encontrar uma solução, quando a conferência da Aliança Balcânica - a que nem a Hungria, nem a Bulgária pertenciam - reuniu-se em Belgrado, a 2 de fevereiro. Mas a conferência, de três dias de duração, findou sem qualquer outro resultado, além de um comunicado ligeiro expressando o interesse comum pela manutenção da neutralidade e da paz.

Isto deixou claro que os outros membros da Aliança não estavam dispostos a exercer pressão efetiva sobre a Romênia no interesse de uma solidariedade mais ampla. Mais significativo ainda era que nenhum passo pareceu ter sido dado em favor de um acordo de apoio mútuo contra a agressão. De fato, o ministro das Relações Exteriores da Iugoslávia, ao encerramento da conferência, asseverou com considerável otimismo que "Os Bálcãs não estão ameaçados por lado algum". Mas pelo menos era verdade que a sensação de perigo imediato que se alastrara ao começo do ano dera lugar a um maior grau de confiança na segurança dos Bálcãs. Isto queria dizer que a unidade não era, no momento suficientemente importante para impelir os diversos Estados a fazer concessões sérias ou firmar compromissos de apoio mútuo. E a razão desse modo de pensar era menos a fé nas intenções reais da Alemanha do que a sensação de maior desafogo em relação às atitudes da Itália e da Rússia.



fonte: http://www.2guerra.com.br

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