Cientista condecorado afirma ter encontrado evidência extraterrestre em meteorito
Debate envolve a comunidade científica mundial e NASA nega comprovação
Por Inovação Tecnológica A análise atômica não seria convincente, dizem os críticos. Crédito: Journal of Cosmology/Richard B. Hoover
Dr. Richard B. Hoover, um renomado e premiado astrofísico que trabalha no Centro Espacial Marshall, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), publicou um artigo alegando ter encontrado indícios de vida em um meteorito. O texto surgiu na sexta-feira em um periódico científico chamado Journal of Cosmology. Juntamente, trouxe um comunicado sobre o aspecto controverso da descoberta e os cuidados tomados antes de sua publicação:
"Dada a natureza controversa desta descoberta, nós convidamos 100 especialistas e enviamos um convite geral para mais de 5.000 cientistas da academia para revisar o artigo e apresentarem suas análises críticas. Nossa intenção é publicar os comentários, tanto favoráveis quanto desfavoráveis, juntamente com o artigo do Dr. Hoover."
A NASA parece não haver se refeito ainda de uma alegação anterior do mesmo tipo, quando o anúncio da descoberta de sinais de vida em um meteorito marciano foi feito em cadeia nacional pelo então presidente do país, Bill Clinton. A "descoberta" anunciada na ocasião também continua controversa.
Tampouco houve tempo para que cientistas sérios e ponderados se pronunciassem, o que recomenda que se aguarde a publicação dos comentários anteriores à publicação, prometidos pela revista.
Fósseis em meteoritos - A conclusão do Dr. Hoover veio da análise de dois meteoritos - Ivuna CI1 e Orgueil CI1 - catalogados como condritos carbônicos, um tipo muito raro de meteorito, perfazendo não mais do que 5% dos condritos. Foram seccionados em ambiente estéril para evitar contaminação e observados com um microscópio de rastreamento eletrônico por emissão de campo (FESEM).
As imagens revelam estruturas intrigantes, interpretadas pelo pesquisador como fósseis de vida bacteriana - além das formações típicas, o principal elemento que embasa sua conclusão é a ausência de nitrogênio, o que descartaria a contaminação do meteorito depois que ele caiu na Terra. Se for comprovada a descoberta, este pode ser um dos achados mais importantes da ciência em todos os tempos: a comprovação definitiva de que a vida não é exclusividade da Terra, o que terminaria de vez a era do geocentrismo, um trabalho iniciado por Galileu há mais de quatro séculos.
NASA contestou pesquisa
A NASA manifestou-se em relação à alegação de um de seus cientistas de ter encontrado indícios de vida bacteriana extraterrestre em um meteorito. A declaração não veio na forma de um comunicado à imprensa, como usual, mas de um curto texto no site SpaceRef. A agência negou qualquer endosso ao trabalho do até então Dr. Richard B. Hoover - no blog NASA Watch, a agência nega que o pesquisador tenha um título de doutor, embora vários de seus comunicados anteriores refiram-se a ele com o título de "Dr".
Foram publicadas também as primeiras manifestações de cientistas especialistas na área, comentando o artigo de Hoover. Há duas linhas principais de dúvidas em relação às alegações do pesquisador da NASA. A primeira é que o meteorito pode ter sido contaminado na Terra, uma vez que o Orgueil caiu na França em 1864 e vem sendo manipulado desde então. A segunda é que as estruturas observadas podem não ser fósseis, mas simplesmente cristalizações minerais.
Ambas as dúvidas, dizem os pesquisadores, só poderiam ser tiradas com mais informações e estudos do mesmo meteorito por outros especialistas.
"O problema para Hoover é que não importa quantos artigos ele escreva sobre esse assunto, as pessoas só vão começar a aceitar as descobertas quando elas forem replicadas por outros", afirmou Ian Wright, da Open University, em entrevista à revista Nature. Iain Gilmour, da mesma Open University, afirma que há evidências de contaminação em um outro meteorito condrito carbônico, o Murchison, que caiu na Austrália em 1969 - são conhecidos apenas nove meteoritos condritos carbônicos.
Sem sujeira - O maior número de especialistas foi ouvido pela revista britânica New Scientist, que dedica um longo artigo intitulado "Alegação de vida alienígena provoca guerra de lama". Mas a reportagem não suja as mãos, preferindo listar uma série de especialistas que contestam o artigo em bases puramente científicas. A maioria afirmando que é mais provável que as estruturas fotografadas por Hoover sejam minerais, e não fósseis.
"Os cientistas estão agora debatendo se há evidência suficiente para aceitar que as estruturas filamentosas dentro dos meteoritos são, [1] como alega Hoover, organismos biológicos do espaço exterior, [2] se elas são na realidade bactérias terrestres que entraram lá depois que os meteoritos caíram na Terra ou [3] se nada mais são do que estruturas minerais que ocorrem naturalmente e que, para os olhos de um pesquisador ansioso, podem muito bem se parecer com bactérias. Até agora, o consenso é que a última dessas três possibilidades adere mais prontamente ao princípio da Navalha de Occam", afirma a revista.
"Dada a natureza controversa desta descoberta, nós convidamos 100 especialistas e enviamos um convite geral para mais de 5.000 cientistas da academia para revisar o artigo e apresentarem suas análises críticas. Nossa intenção é publicar os comentários, tanto favoráveis quanto desfavoráveis, juntamente com o artigo do Dr. Hoover."
A NASA parece não haver se refeito ainda de uma alegação anterior do mesmo tipo, quando o anúncio da descoberta de sinais de vida em um meteorito marciano foi feito em cadeia nacional pelo então presidente do país, Bill Clinton. A "descoberta" anunciada na ocasião também continua controversa.
Tampouco houve tempo para que cientistas sérios e ponderados se pronunciassem, o que recomenda que se aguarde a publicação dos comentários anteriores à publicação, prometidos pela revista.
Fósseis em meteoritos - A conclusão do Dr. Hoover veio da análise de dois meteoritos - Ivuna CI1 e Orgueil CI1 - catalogados como condritos carbônicos, um tipo muito raro de meteorito, perfazendo não mais do que 5% dos condritos. Foram seccionados em ambiente estéril para evitar contaminação e observados com um microscópio de rastreamento eletrônico por emissão de campo (FESEM).
As imagens revelam estruturas intrigantes, interpretadas pelo pesquisador como fósseis de vida bacteriana - além das formações típicas, o principal elemento que embasa sua conclusão é a ausência de nitrogênio, o que descartaria a contaminação do meteorito depois que ele caiu na Terra. Se for comprovada a descoberta, este pode ser um dos achados mais importantes da ciência em todos os tempos: a comprovação definitiva de que a vida não é exclusividade da Terra, o que terminaria de vez a era do geocentrismo, um trabalho iniciado por Galileu há mais de quatro séculos.
NASA contestou pesquisa
A NASA manifestou-se em relação à alegação de um de seus cientistas de ter encontrado indícios de vida bacteriana extraterrestre em um meteorito. A declaração não veio na forma de um comunicado à imprensa, como usual, mas de um curto texto no site SpaceRef. A agência negou qualquer endosso ao trabalho do até então Dr. Richard B. Hoover - no blog NASA Watch, a agência nega que o pesquisador tenha um título de doutor, embora vários de seus comunicados anteriores refiram-se a ele com o título de "Dr".
Foram publicadas também as primeiras manifestações de cientistas especialistas na área, comentando o artigo de Hoover. Há duas linhas principais de dúvidas em relação às alegações do pesquisador da NASA. A primeira é que o meteorito pode ter sido contaminado na Terra, uma vez que o Orgueil caiu na França em 1864 e vem sendo manipulado desde então. A segunda é que as estruturas observadas podem não ser fósseis, mas simplesmente cristalizações minerais.
Ambas as dúvidas, dizem os pesquisadores, só poderiam ser tiradas com mais informações e estudos do mesmo meteorito por outros especialistas.
"O problema para Hoover é que não importa quantos artigos ele escreva sobre esse assunto, as pessoas só vão começar a aceitar as descobertas quando elas forem replicadas por outros", afirmou Ian Wright, da Open University, em entrevista à revista Nature. Iain Gilmour, da mesma Open University, afirma que há evidências de contaminação em um outro meteorito condrito carbônico, o Murchison, que caiu na Austrália em 1969 - são conhecidos apenas nove meteoritos condritos carbônicos.
Sem sujeira - O maior número de especialistas foi ouvido pela revista britânica New Scientist, que dedica um longo artigo intitulado "Alegação de vida alienígena provoca guerra de lama". Mas a reportagem não suja as mãos, preferindo listar uma série de especialistas que contestam o artigo em bases puramente científicas. A maioria afirmando que é mais provável que as estruturas fotografadas por Hoover sejam minerais, e não fósseis.
"Os cientistas estão agora debatendo se há evidência suficiente para aceitar que as estruturas filamentosas dentro dos meteoritos são, [1] como alega Hoover, organismos biológicos do espaço exterior, [2] se elas são na realidade bactérias terrestres que entraram lá depois que os meteoritos caíram na Terra ou [3] se nada mais são do que estruturas minerais que ocorrem naturalmente e que, para os olhos de um pesquisador ansioso, podem muito bem se parecer com bactérias. Até agora, o consenso é que a última dessas três possibilidades adere mais prontamente ao princípio da Navalha de Occam", afirma a revista.
Richard Hoover. O princípio da Navalha de Occam propõe que, se há mais de uma explicação para um fenômeno, a mais simples será provavelmente a correta. A reportagem da Nature também vem em defesa da publicação, afirmando que "o Journal of Cosmology não é uma publicação ordinária" e destaca o peso científico dos seus editores. Já a Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica (SPIE) saiu em defesa de Richard B. Hoover, cujas credenciais estão sendo questionadas. A sociedade destaca a importância do cientista e os vários artigos científicos já publicados por ele. Hoover foi presidente da Sociedade em 2002 e condecorado em 2009. Comunicado da NASA A seguir, o comunicado divulgado em nome da NASA, publicado no referido site. A NASA é uma agência científica e técnica comprometida com uma cultura de abertura com a mídia e com o público. Embora valorizemos a livre troca de idéias, dados e informações, como parte da investigação científica e técnica, a NASA não pode estar por trás ou apoiar uma afirmação científica a menos que ela tenha sido revisada por pares ou examinada por outros especialistas qualificados. Este artigo foi submetido em 2007 para o International Journal of Astrobiology. Contudo, o processo de revisão pelos pares não foi completado para essa submissão. A NASA também não tinha conhecimento do recente envio do artigo para o Journal of Cosmology ou da sua subseqüente publicação. Questões adicionais devem ser endereçadas ao autor do artigo. O texto é assinado pelo Dr. Paul Hertz, cientista chefe do NASA Science Mission Directorate, em Washington. Agradecimentos a: Paulo R. Poian. Coordenação Portal da Ufologia Brasileira Consultor da Revista UFO Brasil |
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