sábado, 24 de julho de 2010

Dilatação do órgão humano

A cena é verídica. Passou-se durante uma prova oral na Faculdade de Medicina em Coimbra.
Pergunta o examinador a uma aluna:
- Minha senhora diga-me por favor qual é o orgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?

A aluna retorce-se, transpira, cora indecentemente. Recusa-se a responder à pergunta. Numa sucessão de respostas infelizes a outras questões acaba por reprova-lá.
Na oral imediatamente a seguir o professor resolve insistir na pergunta:
- Minha senhora, qual é o orgão do corpo humano que dilata até sete vezes o seu tamanho normal?

A aluna, respondendo prontamente: - É a íris senhor professor.
O examinador (com um sorriso largo): - Por favor diga à sua colega que vai ter muitas desilusões ao longo da vida...

Fonte: http://obviousmag.org/

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Que tipo de doente é você?

Cada homem que vai ao futebol, pelas suas reações e estados de alma típicos perante o que acontece no retângulo, pertence a um setor mais ou menos bem caracterizado do género humano. Quem nunca se sentou atrás do concentrado que passa o jogo a roer as unhas; à frente do nervoso que nos aplica involuntariamente sucessivos pontapés nas costas; ou ao lado do ululante que nos massacra os tímpanos com os seus berros?
Alguns de nós, mesmo os que não gostam de futebol, estamos um pouco dentro de cada um destes estereótipos humanos que o futebol tão bem revela...
Começamos pelo Catedrático. É o tipo de pessoa que lê todos os jornais esportivos, dá opiniões definitivas e considera-se um homem culto na matéria porque vê futebol desde os bancos da escola. Já o Exótico pode não perceber sequer porque torce pelo clube mas ornamenta-se com todos os seus adereços disponíveis. Em geral o seu carro e a sua casa ostentam profusos sinais da mesma clubite.
Depois temos o Sofredor. Roeu as unhas todas mal começou o campeonato; agora só lhe resta roer os chapéus... Quanto ao Colérico é melhor não discutir com ele!
O Nervoso é uma variante do sofredor mas mais expansiva. Sofre um ataque epilético de cada vez que há uma avançada no meio campo do seu clube. Temos também o Apostador. Tem uma confiança total na sua equipe e não tem medo de apostar bebidas, almoços, praxes e até quantias avultadas de dinheiro. Do género: "O quê, eles ganham? Quer apostar? Até lhe dou dois gols de vantagem seu idiota!"
O Concentrado é do tipo contido. Passa todo o jogo a sofrer sem se manifestar mas é imprevisível: pode explodir de um momento para o outro. Nessa altura ai de quem estiver ao pé dele... Quem não parece importar-se muito com o jogo é o Gastrónomo. Leva sempre alguma coisa pra comer durante o desafio, do tipo batatas fritas ou amendoim torrado. No intervalo vai sempre ao bar beber uma cervejita e mastigar qualquer coisa. Todavia é depois do jogo acabar que lhe vem o verdadeiro apetite. Umas bifanas e mais umas cervejas ajudam a tapar o vazio no estômago.
O Supersticioso usa toda a espécie de amuletos para o seu clube ganhar. Na imagem está a fazer uma oração mística apenas conhecida por meia dúzia de iniciados. Finalmente surge-nos o Hermético. Por mais esforços que se façam não se consegue perceber de qual dos clubes em luta ele é partidário...

Fonte: http://obviousmag.org/

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Fidel: Criança cubana não dorme na rua

“Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana”
(Fidel Castro)
E se alguma criança adormecer na rua é porque quer ver as estrelas...... 

Nota: O vídeo que vão ver foi filmado em Cuba pelo controverso Michael Moore.
É sobre o sistema nacional de saúde cubano.
Cuba, onde as crianças não têm acesso a Play Stations (pelo menos com facilidade).
Nem se sentem inferiorizadas por não vestirem roupas de marca.
Onde os supermercados não apresentam 60 marcas de manteiga diferentes.
E a TV não mente a publicitar que os Danoninhos ajudam as crianças a crescer.
Os carros de luxo não abundam.
Nem as malinhas Louis Vuitton.
Mas têm talvez o mais avançado sistema de saúde de todo o planeta.
E um sistema de ensino ímpar, em que os professores ensinam e os alunos aprendem, com rigor e disciplina, onde não há lugar para Escolas Novas, estatísticas aldrabadas, pseudo-universidades e Novas Oportunidades da treta.
E pleno emprego.
E as ruas seguras, livres de criminalidade e de drogados
Invejo-lhes, aos Cubanos, a falta de liberdade.
Falta de liberdade para assaltarem idosos e crianças.
Falta de liberdade para agredirem professores dentro das escolas.
Falta de liberdade para dispararem contra polícias.
Falta de liberdade para desrespeitarem o seu semelhante.
Falta de liberdade para os políticos corruptos que enriquecem à sombra do erário público.
Cuba, onde tantas coisas faltam, principalmente as supérfluas, as inventadas pelo capital na sua necessidade de se reproduzir.
Mas onde abundam a solidariedade, a fraternidade e, principalmente, a humanidade.
Gosto de ti, Comandante.
E desejo-te longa vida.
Do fundo do coração.
Cuidem-se!
Fonte: Pravda.ru

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Italianos têm dificuldade para comprar alimentos

A organização de defesa do consumidor da Itália Codacons expressou ontem sua preocupação com a queda nas vendas de produtos alimentares e principalmente com 1/3 dos italianos que tem dificuldade para comprar alimentos.

"O dado mais preocupante e inquietante é como sempre a queda nas vendas dos produtos alimentícios, já que 1/3 dos italianos tem problemas para comprar alimentos", declarou o órgão.

Segundo o Codacons, "as vendas não diminuíram apenas para os pequenos comerciantes, que registraram uma queda de 3,9%, mas também a grande distribuição que teve uma redução de 0,8%. Ninguém está a salvo, nem os hipermercados (-1%) nem as lojas de descontos que durante a crise [econômica] tinham mantido suas vendas e agora caíram 0,8%".

Estes dados, afirma a instituição, "confirmam dramaticamente que não é mais suficiente que os italianos economizem nos excessos e pesquisem preços mais em conta, que eram as duas tendências que prevaleciam em 2009".

Para aliviar a dificuldade dos consumidores italianos, a associação propõe uma iniciativa "a custo zero: com um rodízio das contas, de forma que, a conta de energia e de telefone seja cobrada de forma alternada, meses impares uma e meses pares a outra".
 
www.ansa.it/www.italianos.it

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70 centros italianos para crianças no Haiti

Roma - Cerca de 70 centros temporários de acolhimento e atendimento às crianças contra os traumas, administrados por organizações não governamentais italianas, operam no Haiti para proporcionar um lar e uma educação a milhares de crianças e adolescentes vítimas do terremoto que devastou o país em 12 de janeiro passado, informou a Agire.

Seis meses após o terremoto, Agire, que reúne nove organizações (Actionaid , Cesvi, Cisp, VIS, Intersos, GVC, Terre des Hommes, Coopi e Save the Children) observou que com os € 14,4 milhões que arrecadados é possível atender 150 mil pessoas, mas advertem que "a emergência ainda não acabou".

Em relação aos centros de apoio infantil, Agire estima que pelo menos 25 mil crianças e adolescentes, entre os três e os 17 anos, utilizam estas estruturas, onde podem desenvolver atividades educativas e recreativas. São escolas e espaços amigos das crianças (Child Friendly Space), estes últimos geridos por operadores da Actionaid, que visam reduzir o estresse pós-traumático em crianças e que continuarão operantes após a conclusão dos projetos, quando serão transferidos para os responsáveis locais.

As ONGs italianas também distribuem alimentos, água e bens de primeira necessidade, assim como barracas e lonas para mais de 7 mil famílias. Entre outros serviços, em 41 abrigos se construíram 932 latrinas e 55 bombas de água.
 
imagem arquivo virtual

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Bicicleta desmontável - Reinventando a roda

Numa época com tantas preocupações com o planeta, é notório o esforço em criar novos conceitos que permitam que soluções agressivas em termos ambientais, possuam alternativas eficientes que possam ser massificadas. A industria automóvel, por exemplo, face aos danos ambientais dos seus produtos, tem vindo a reunir diversas propostas nesse sentido.
Em contrapartida, tecnologias e soluções mais amigas do ambiente, não são alvo de estudos tão elaborados, não sendo muito convencional repensar produtos já por si verdes. No entanto, por vezes não utilizamos soluções mais amigas do ambiente porque estas ainda não foram melhoradas e adequadas ao nosso estilo de vida, quer do ponto de vista económico, quer do ponto de vista prático.
Independentemente do espírito de sacrifício de cada um de nós, nenhuma solução amiga do ambiente se irá massificar se não for cômoda, barata e com um impacto genuinamente positivo nas nossas vidas.
O designer mexicano, Victor M. Aleman teve a preocupação de pensar num meio de transporte limpo bem conhecido de nós, e adicionou-lhe algo que o pode tornar mais apelativo: portabilidade. A proposta é uma bicicleta batizada de "Eco // 07", e que possui uma estrutura em triângulo composta de módulos expansíveis. Estes, podem ser reduzidos a dimensões bem mais pequenas quando não estão em utilização.
Para este conceito foi literalmente necessário re-inventar a roda, que através de um sistema de juntas e pivots, permite que esta seja desmontada e guardado com uma substancial poupança de espaço.
Todo o sistema pode assim ficar armazenado numa pequena caixa e arrumado no mais pequeno dos apartamentos que, infelizmente, cada vez mais constituem a realidade urbana da nossa sociedade. A forma como o sistema é desmontado poderá não ser ainda muito prático mas, pelo menos, pode ser feito de uma forma organizada. Diria que é um bom princípio rumo a soluções inovadoras para problemas comuns.
fonte: flyfly
Fonte: http://obviousmag.org/

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BP, Deepwater Horizon e o Cenário de Armagedon

O que está acontecendo no Golfo do México? Quando há relatos de bloqueios da mídia, então a reação natural é começar a investigar, e na presente catástrofe ambiental, quanto mais pedras se vira, mais terrível se torna o cenário potencial. Longe de querer semear o pânico, a verdade é que a mídia tem o dever de informar. 

O que exatamente está acontecendo no Golfo do México? Baseados nos EUA, o geólogo Chris Landau e o escritor Terrence Aym são apenas dois de um número crescente de pesquisadores que estão tentando descobrir exatamente o que está acontecendo, confrontados com relatos de um apagão da mídia, de agentes federais a bloquearem jornalistas do centro de operações, de ameaças de multas na ordem dos 40.000 dólares e ameaças de processos de crime a serem levantados contra os jornalistas. Para esconder o quê? Vamos ver.

Deepwater Horizon foi a plataforma petrolífera estado-da-arte, especializada em perfuração em águas profundas, fabricada na República da Coreia (do Sul) em 2001, alugada a BP Exploration até 2013. Em setembro de 2009, foi colocada no Golfo do México e começou a perfurar nas águas a 1.259 metros de profundidade. O jazigo de petróleo e o gás em que perfurou, no reservatório do Tiber, foi 9.426 metros abaixo do leito marinho. É a poça mais profunda de petróleo e gás da história do planeta.
Mas eles sabiam o que estavam fazendo? Parece que não. Antes da plataforma explodir em 20 de abril de 2010, um e-mail enviado por um membro da equipe BP tinha rolulado o poço de "um pesadelo" e parece que um catálogo de percalços precedeu o desastre, ocasionando o afundamento de Deepwater Horizon dois dias após o blow-out e da perda de 11 tripulantes, entre os 126 a bordo.

Halliburton Inc., por exemplo, tinha avisado a BP que deveria usar 21 centralizadores, para se certificar de que o ataque fosse concentrado no centro do poço; BP usou apenas 6. BP também escolheu a opção de cobertura sobre o forro, porque o custo seria entre 7 e 10 milhões de USD a menos e a opção seria mais rápida.

Foi um episódio entre uma série de debates e argumentos que levaram à explosão desastrosa em 20 de abril (veja fontes abaixo). Nesta abordagem, aparentemente insensível e indiferente na construção do poço mais profundo na história, essa atitude de indiferença em abordar as novas fronteiras da ciência de engenharia, o quê é que produziu?
Para começar, parece que o leito do oceano foi rompido, parece que níveis perigosos de gás metano estão sendo lançados (tempestades de metano eliminaram quase 100% da vida na Terra já duas vezes antes, e a fonte foi a mesma área geográfica) , parece que o leito do mar está começando a entrar em colapso, parece que o poço está quebrando. 
Para Chris Landau*, existe a possibilidade de que o petróleo neste reservatório é novo, sendo produzido a todo o tempo, e sendo este o caso, a alta pressão nunca vai cair, o que significa que a melhor que BP pode fazer é permitir que o fluxo continue. Esta é a boa notícia. 
A má notícia
A má notícia é que a embalagem foi rompida bem abaixo do leito marinho. A má notícia é que a integridade do poço é comprometida (pode entrar em colapso), a má notícia é que o petróleo e o gás estão a minar a rocha circundante. O resultado será uma liberação maciça de óleo no oceano.

A pior notícia Ainda pior é o fato de que esta não é apenas um poço de petróleo. É um poço de petróleo e gás. De fato, na proporção de 60/40%. O que isso significa?

Dado que a quantidade normal de metano em erupção de um poço é de 5%, isso significa que esse reservatório na melhor das hipóteses está vomitando oito vezes mais gás metano no Golfo do que seria considerado normal. Não duas ou três vezes ... mas oito.
Afirma Terrence Aym* que os níveis "de metano na água estão agora calculado como sendo quase um milhão de vezes maior do que normal". Por que isso é assustador?
A péssima notícia
Bolhas de gás metano eliminaram sistemas de suporte de vida duas vezes (a extinção do Permiano há 251 milhões de anos e a LTPM (Máximo Termal do Plioceno) há 196 milhões de anos atrás). Ambos vieram de baixo do Golfo do México, onde BP perfurou o poço mais profundo do mundo.

A mesma fonte afirma que três sinais estão presentes no Golfo do México, que aponta para uma catástrofe iminente: "o aparecimento de fissuras ou fendas grandes abertas no fundo do oceano, um aumento da elevação do leito do mar, e a massiva evacuação de metano e outros gases na água circundante".

Metano e outros gases tóxicos já estão derramando do fundo do mar, tanto que os trabalhadores na operação de resgate estão usando equipamentos de proteção militar; a pressão está aumentando debaixo do leito do oceano, de acordo com algumas fontes, milhares de quilômetros quadrados são afetados. O leito oceano alegadamente subiu 10 metros na área ao redor do poço; fissuras entre dez e trinta quilômetros do epicentro já começaram a aparecer.

E além de tudo isso, 5,208 milhões de litros de petróleo por dia estão despejando no Golfo. Imagine o impacto disso sobre a vida selvagem. Assim, dado este cenário, não temos nós o direito de saber o que está acontecendo? Se as agências federais dos E.U.A. impuseram um blecaute na notícia, deixem os cibernautas unir-se e descobrir o que está acontecendo. Afinal de contas, nossas vidas dependem disso e, afinal, a imprensa independente está aqui para informar, não desinformar. 
Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru
Fontes: *BP, Halliburton and Transocean have unleashed Armageddon and now there is no stopping it by Chris Landau 
*Alert: Doomsday Methane Bubble Rupture? How the BP Gulf Disaster May Have Triggered a ‘World-Killing’ Event
The Five Flawed Choices of Oilapocalypse
Deepwater Chernobyl
Fonte: Pravda.ru

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Oscar Niemeyer

Sobre os seus impressionantes 100 anos de vida, completos este mês, o arquiteto Oscar Niemeyer desconversa: “é uma bobagem!”. A profusão de artigos, revistas, publicações e matérias para a TV poderiam até nos deixam pouco a dizer; mas a vida e obra do homem que se dedica há 70 anos a uma arquitetura - de extrapolação dos limites da forma e da função para invadir a poesia e a humanidade - consegue ainda ser uma força profusa do gênio e da pessoa por trás e entre as linhas.
Dono de uma personalidade doce e incisiva, características aprofundadas pela sabedoria do tempo, a história do artista fluminense intercruza-se com a da política, da literatura, da fotografia e das artes plásticas nacionais em momentos que já estão sob o domínio de todos, do intelectual ao popular. O que mais toca é mesmo isso: a figura universalizada do homem, suas palavras, convicções e filosofias, seu senso de pertença à vida. E foi justamente esse o elemento chave das comemorações que ocorreram neste último 15 de Dezembro na casa que ele próprio projetou, em 1952, na Estrada das Canoas, Rio de Janeiro. Concedeu entrevista, foi disputado pela imprensa e fumou charutos. Não assoprou as 100 velinhas por achar o bolo, que tinha o formato do MAC, cafona. Num arroubo de modéstia, disse ser uma pessoa normal: “não sei porquê durei tanto” para, em seguida, completar gabando-se: “cento e dez é fácil!”.
Na falta das palavras certas e no medo de me tornar repetitiva, selecionei aqui uns trechos do encontro armado pela revista Bravo! em 1997: os poetas Ferreira Gullar e Bruno Tolentino em conversa ao redor do arquiteto centenário no escritório da Avenida Atlântica entre muita fumaça e cafeína.
Gullar: Essa foto de Luis Carlos Prestes, sobre a sua mesa, de 1935, é da época da Intentona Comunista
Tolentino
: Ele tem um ar lírico, hollywoodiano...
Niemeyer
: É, ele tinha acabado de levar um soco na cara. Assim que saiu de cana! (risos)
Tolentino
: Eu queria que você falasse sobre as relações entre as várias formas de arte.
Niemeyer
: Acabei de fazer o Memorial da Coluna Prestes... (estende o desenho). Eu queria incorporar uma estátua do Prestes, que era um sujeito frágil, e o escultor me saiu com um homenzarrão desse tamanho! Eu sempre quis misturar as artes, como na Renascença. Na Pampulha, chamei o (Cândido) Portinari, o (Alfredo) Ceschiatti, os azulejistas... O Juscelino, prefeito de Belo Horizonte, já era como aqueles príncipes do Renascimento. Se tivesse tido mais tempo em Brasília, ia mandar pôr afrescos naquilo tudo, e eu ia apoiar...
Gullar: Mas a responsabilidade é do purismo da arquitetura. A coisa moderna teve uma tendência a excluir. Veio a idéia de que bonito era aquela parede pura, sozinha...
Niemeyer: E é! Mas adoro paredes pintadas, tetos com afrescos...
(...)
Gullar: (...) Quando você começou, naquele período, como andava a arquitetura brasileira, o que é que existia?
Niemeyer: Olha, havia uns grupos, três ou quatro, não sei, que já trabalhavam na base daquelas influências... na linha do Corbusier. Levávamos tudo aquilo a sério, como um catecismo. Mas ainda não havíamos “sentido” a essência da obra dele. Para mim, a verdadeira influência veio de conversar com ele... Quando ele me disse: “Arquitetura é invenção!”. Essa palavra... bem... foi uma coisa muito importante para mim.
(...)
Gullar: Como é que nasce a inspiração para um projeto assim? [referem-se ao esboço da Catedral de Niterói]
Niemeyer: Tomo conhecimento do programa, do lugar, do orçamento. Aí deixo a idéia ir buscar a invenção. Então, de desenho em desenho... O fantástico é simples. Quando desenhei o bastante para configurar o projeto, ponho-me a escrevê-lo; se encontro qualquer dificuldade em deixar claro o que inventei, algo está falho no projeto, e eu volto ao desenho.
Gullar: Então é escrevendo que você entende o que fez? A linguagem é assim tão importante?
Niemeyer: Tudo é linguagem...No Museu de Niterói, por exemplo, a coisa “falava”: um promontório, um pequeno orçamento, tudo dizia: simplicidade... fiz um cogumelo branco com um lago em torno e o mar lá embaixo...
(Niemeyer saca um papel de uma gaveta e hesita...) Audácia minha mostrar isso a dois poetas. Não é poesia não, gente, é uma bobagem que eu rabisquei em Argel... (Gullar confisca-lhe o papel e lê em voz alta)
Gullar
: Estou longe de tudo,
de tudo o que eu gosto,
da terra tão linda
que me viu nascer.
Um dia eu me queimo,
meto o pé na estrada,
é aí no Brasil
que eu quero viver;
cada um no seu canto,
cada um sob um teto
a brincar com os amigos,
vendo o tempo correr.
Quero olhar as estrelas,
quero sentir a vida,
é aí no Brasil
que eu quero viver.
Estou puto da vida
(essa gripe não passa!)
de ouvir tanta besteira,
não me posso conter.
Um dia eu me queimo
e largo tudo isto,
isto aqui não me serve,
não me serve de nada,
a decisão está tomada,
ninguém vai me deter.
Que se dane o trabalho
e este mundo de merda,
é aí no Brasil
que eu quero viver!

Gullar
: Exílio é isso: estou aqui e meu lugar é lá, o sujeito explode!
Tolentino
: Agora o Niemeyer me sai com um poema! (...) E o que é aproveitar a vida?
Niemeyer
: É o contrário do egoísmo. É Cuba, o risco, o sonho... O egoísmo mata, apequena. Empobrece tudo. É a verdadeira pobreza. O homem nasce e morre, tudo começa e acaba. O chato mesmo é não saber como vai acabar...

Fonte: http://obviousmag.org/

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O realismo mágico de garcía márquez

© Robert McCurdy
O fato de um fantasma demasiado inconveniente habitar a casa foi apenas um dos motivos para o casal Buendía se mudar para um lugar longe e ermo. Tão ermo que, como primeiros habitantes, acabaram fundando uma cidade onde se tornaram a mais numerosa (e confusa) família. É assim que começa Cem Anos de Solidão, que conta a história de sete gerações com o estranho costume de batizar seus filhos com os mesmos nomes -
cheguei a contar 22 Aurelianos. O mais peculiar é que, junto com o nome, herda-se também a personalidade do homenageado, gerando uma sensação de repetição e de que os personagens iniciais ainda são protagonistas, colocando, assim, o tempo como protagonista.
Todos os habitantes dessa cidade fictícia vivem sob constantes e estranhos acontecimentos: chuva de flores amarelas, personagens que ascendem aos céus, frustradas revoluções comandadas por velhos e loucos coronéis de guerra, além de prefeitos déspotas que impõem leis estapafúrdias como a que obriga a pintar todas as casas da cidade de azul. Esses são só pequenos exemplos do que acontece nessa complexa trama. Trata-se de grandes e inteligentes metáforas que utilizam a fantasia como crítica à sociedade arcaica, imersa numa espécie de história cíclica e involutiva, onde tudo se repete independente da vontade dos personagens. Nada muito diferente do mundo real.
Com essa pérola da arte latino-americana, García Márquez – também conhecido como Gabo – garantiu seu prêmio Nobel (1982) e cravou Cem Anos de Solidão no rol de “leituras obrigatórias” dos apreciadores de boa literatura. Para aproveitar o romance sem se perder, é interessante consultar uma árvore genealógica da família, mas deixem as já prontas de lado: leiam com lápis e papel à mão, pois não há nada melhor do que mapear as gerações dos Buendía.
Resumo gráfico da obra “Cem Anos de Solidão”
Colombiano de Aracataca, García Márquez é, juntamente com Cortázar, considerado um dos criadores do realismo fantástico (ou realismo mágico), gênero da literatura latino-americana do século XX. Gabo, especialmente, consegue a mescla quase inimaginável de ferrenhas críticas políticas com todo o ardor emocional característico da cultura hispano-americana, gerando obras sedutoras que conseguem ser, ao mesmo tempo, simples e profundas. Com personagens encantadores imersos em histórias excitantes, arrisco-me a dizer que é autor de livros que ficarão presentes na memória coletiva por séculos. Para se ter ideia, Cem Anos de Solidão já vendeu mais de 30 milhões de cópias e foi traduzido para 35 idiomas, que dirá os outros. São números impressionantes para quem, no início, não almejava nada além de uma carreira jornalística.
“No dia em que o matariam, Satiago Nasar levantou-se às 5h30 da manhã.” Esse é o famoso início do livro Crônica de uma Morte Anunciada, onde a narrativa inversa se mostra diferente de todos os outras. O fato de não possuir muitas características técnicas fundamentadas, faz de García Márquez um camaleão com mil cartas na manga, surpreendendo o leitor a cada obra adquirida. O escritor se diz aposentado desde abril de 2009, mas a esperança de uma publicação inédita está bem ali ao lado de seus personagens imortais, no imaginário de muitos de seus leitores.

“O Coronel Aureliano Buendía arranhou durante muitas horas, tentando rompê-la, a dura casca da sua solidão. Os seus únicos momentos felizes, desde a tarde remota em que seu pai o levara para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade”.

trecho de Cem Anos de Solidão
“Com ela aprendeu Florentino Ariza o que já padecera muitas vezes sem saber: pode-se estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma. Solitário entre a multidão do cais, dissera a si mesmo com um toque de raiva: ‘O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.' Estava banhado em lágrimas com a dor dos adeuses. Contudo, mal desaparecera o navio na linha do horizonte e a lembrança de Fermina Daza tinha voltado a ocupar seu espaço total.”
trecho de O Amor nos Tempos do Cólera
Fonte: http://obviousmag.org/

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Que Tal Dormir em um?

O espaço onde dormirmos todos os dias é sempre especial: podemos não passar muito tempo acordados nele, mas é lá que repousamos e é considerado o último refúgio. O último vestígio de intimidade que temos na era da partilha constante e das redes sociais. Então, mais vale torná-lo num espaço criativo onde espelhemos a nossa personalidade e, quiça, excentricidade. Ficam aqui alguns exemplos.
Para quem gosta de cubos e é obrigado a lidar com um espaço reduzido, este é o quarto ideal: foi construido no ar, deixando o espaço de baixo livre para uma sala de estar. Mas cuidado: se tiver vertigens ou tendência para o sonambulismo, não vai querer fazer isto em casa. É que existe um declive para sair da divisão e a queda pode ser grande.
Se os quartos suspensos no ar não são recomendáveis a sonâmbulos, o que dizer então de uma pequena ilha? Este espaço é rodeado de água por todos os lados e apenas pode ser atravessado por um pequeno corredor que leva à cama. Ideal para os nadadores natos, mas pouco mais.
Olhar para estes quartos dá vontade de voltar a ser criança outra vez. Os castelos medievais e as princesas pertencem ao imaginário de todas as crianças e, afinal de contas, quem nunca sonhou em ter um pequeno coche? A loja Posh Tots propõe agora que se possa dormir num.
Pode parecer infantil, mas existem por aí muitos adultos que dariam tudo para ter este espaço. À falta de uma casa na árvore, a decoração deste quarto em tudo imita uma cabana. O local da cama está elevado acima do solo, só se pode aceder a ele por uma escada de madeira, existe uma réplica de um tronco no quarto e a pintura é a condizer. Para além disso, existem ainda portas e roupeiros escondidos.
Ratos de biblioteca e outro intelectuais: as vossas preces foram ouvidas. Com esta ideia podem construir um casulo de livros à vossa volta e refugiar-se dentro dele para dormir. Este quatro foi idealizado pela Point Architects do Japão e lançam a dúvida: para quê ter estantes e paredes, quando se pode ter tudo num só?
E, por último, um quatro que se situa a mais de 12 metros de profundidade. Faz parte do Hotel Nautilus Underse, nas ilhas Fuji e é um convite para se conhecer melhor as profundezas do oceano e a vida marítima.

Clique nas imagens para ampliar
Fonte: http://obviousmag.org/

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A porta versátil - Ergon

O espaço é um problema sério nos edifícios modernos de escritórios ou de apartamentos, onde as divisões são cada vez mais pequenas. As portas, por exemplo, tornam-se difíceis de colocar em divisões minúsculas como os WC ou as arrecadações. Que o digam arquitetos e designers dão o seu melhor para garantir a estética dos seus projetos sem comprometer a funcionalidade. Frequentemente, quando o espaço é exíguo, em vez das portas tradicionais, utilizam portas de correr, com os inconvenientes que lhes são próprios. Nenhuma das duas soluções é ideal. A pensar nisto, a firma italiana Celegon concebeu a porta rotodeslizante ERGON.
Rotodeslizante significa que a porta, ao ser utilizada, descreve um movimento composto, simultaneamente rotativo (como as portas convencionais) e deslizante (como as portas de correr). Tecnicamente é bastante simples mas o conceito é brilhante. As portas equipadas com este sistema ocupam metade do espaço necessário para a abertura de uma porta tradicional. Mas não é tudo: podem ser abertas indiferentemente para a esquerda ou para a direita. Além disso, o esforço gasto para as manusear é mínimo com este sistema. Estas são vantagens importantes quando se quer que sejam usadas por crianças ou por pessoas com mobilidade reduzida, em cadeiras de rodas, por exemplo.
Link
Fonte: http://obviousmag.org/

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